segunda-feira, 26 de setembro de 2011

é só o vômito e mais nada

e quando eu vejo me pego chorando por saber que não é a tua mão que vai segurar a minha quando isso for necessário. e choro por ter total ciência de que eu persisto em investir em algo que nunca saiu do lugar, que se mantém na comodidade doce da tua inércia combinada com a minha constante aceleração-e-vontade-de-ser-livre. e choro sem saber se todo esse tempo foi perdido, sem saber o que fazer com todo esse teu orgulho que te afasta mil quilômetros de mim, e que me diz não, não e não, mesmo sabendo que a minha fraqueza estúpida só sabe dizer sim, e que sim, vai ficar tudo bem, e que sim, as coisas não vão mudar, e que sim, é preciso ter paciência, e que sim essa felicidade estampada no meu rosto é totalmente proporcional a consciência que me diz todo o dia de manhã que a tua mão nunca vai me levar a lugar algum, sem que eu peça. e que sim e sim, e sims, mas do que importa? me diz, do que importa se a gente vai continuar presos nesse mesmo ponto, que nos faz dar voltas e voltas no mundo sem chegar a nenhum lugar diferente desse de onde partimos?

domingo, 25 de setembro de 2011

e eu tenho esse dom de te perder o tempo inteiro.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

parafraseando: desejamos a perfeição do falível, estúpidos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

eu estava nas nuvens. de repente, comecei a cair movida pelo desejo de que você e seu egoísmo mesquinho se explodissem. minhas asas foram cortadas. eu só sabia sentir raiva, raiva por ter abdicado, entendido, apoiado demais alguém que só soube olhar para o próprio umbigo sujo e completamente entupido do maior egoísmo dissimulado que eu já presenciei. atrás de todo o amor discursado vem essa hipócrita vontade de ter o mundo focado em si, em seus problemas “os-maiores-e-mais-injustos-do-universo”, em como resolvê-los sem ter que mexer um fio de cabelo sequer. eu sinto raiva por ter sido quem fez exatamente tudo isso para você ficar aí, satisfeito, insosso me olhando como o maior abandonado, sem intenção nenhuma de fazer mal a ninguém.
caio, caio sem asas para poder gritar com toda força possível que cansei dessa cara dura de ingenuidade que esconde muita consciência do mal e a da dor que causa, cansei de ter a paciência e a compreensão que jamais pensei que caberia em mim... com alguém que tem as maiores dificuldades de entender minhas palavras, gestos e percepções.
caio e não me importo de me desintegrar por completa quando ocorrer o choque entre meu corpo e o nosso chão, torço para me desintegrar de vez e não seguir me desintegrando aos poucos como venha fazendo a tanto tempo por alguém que não conhece a gratidão e não sabe o que é o reconhecimento.

no lugar das asas tenho cortes que escrevem: "você me ama pelo que me mata"

sábado, 11 de dezembro de 2010

parece terrivelmente difícil mas o costume com a solidão é algo que faz parte de todos nós...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

meu sentimentalismo anda acabando com todos os meus muros internos, todos os meus certos e todos meus errados. ando divagando por meio de tantos pensamentos, tolos e levianos, que o coração insisti sobrepor sobre a mente. questionando-me sobre todos os sonhos solúveis que foram criados tão facilmente e riscados tão facilmente de tantas listas sonhadoras. ando sentindo-me perdida, vazia, fugitiva e mais, do que sempre fui, intocável. desvio-me de todas as possibilidades de perder a razão por segundos, porém me encontro constantemente estudando todos os meus traços mais humanos e dionisíacos. ainda me olho no espelho e continuo sem conseguir enxergar qualquer rosto - continuo sem poder ver a realidade, sem poder sentir os cheiros da podridão e do prazer. ao menos meus lábios já pararam de recusar sensações diversamente novas e palavras fortemente destruidoras - ainda que seja através dos meus dedos a forma mais contínua e sincera pela qual cuspo e vomito todas as minhas pequenas e tortas letras.

dois mil e...

antes de conseguir sonhar seus pensamentos voam por todas memórias. ela já tinha esquecido, mas eles trazem opostos sentimentos e desejos - que duram sete segundos cada. aí vêem seleções de pensamentos, lembranças, falas e escutas. os sonhos sempre a visitam toda a noite, as memórias são mescladas como as cores da primavera. tic tac, tic tac, tic tac. o relógio interrompe sonhos - já está na hora. como o clima naquela manhã ela foi esfriando, como o céu se fechando e a chuva era exatamente como as lágrimas fracas e finas que encheram seus olhos às dez e vinte. finalmente ouviu a voz que precisava, finalmente se deu conta do real valor de tudo. percebeu, enfim, que a maioria das coisas tem única utilidade e pouquíssimas conseguem ser realmente úteis. exatamente como seus alguéns, e ela sabe que só ela sabe de tudo sobre ela. finalmente sabe. mil razões, mil questionamentos, mil respostas, mil dúvidas, e a unica certeza de que deveria mudar. e mudar sempre foi sua maior rotina. assim como cegar-se sempre foi seu maior hábito, como tomar o café preto logo que acorda, pra vê se consegue acordar.comprimidos são seus maiores vícios, os que terminam a dor os que inibem a raiva os que ofuscam a solidão, e a ansiedade seu maior pecado. sempre assim. como um camaleão que muda de cor, ela muda de humor e de temperatura de acordo com a trilha, de acordo com as cores. mudar, mudar. rotina, rotina, rotina. tic tac, tic tac. tempo sempre determinante, sempre presente, sempre limitante. para disfarçar as lágrimas põe seus óculos de realidade, sem peneira pro sol nem filtros UVA, finalmente tudo não era enxergado embaçado. e a realidade começou a fazer sentido e parte de suas percepções. só observa, ela só observa. atos, palavras, planos, tempo. tic tac, tic tac, tic tac. sentimentos novos borbulham pelos poros e finalmente o frio na barriga não a faz transformar tudo em um casulo, aonde até então ela permaneceu intocável. levou tempo, sempre leva. tic tac, tic tac, tic tac e os sonhos acabaram.