terça-feira, 22 de dezembro de 2009

tantas dúvidas cortam-me, doem-me, arrancame-me todos os pedaços essencias do meu ser. a presença da ausência é sinônimo de morte.
perdoa-me. ainda não compreentendi teus motivos e meus atos pra tanta mágoa, tanta dor, tanta.. distância.
concordo com aqueles que dizem que deve ser muito triste ter um coração feito o meu - desconfiado, contido e medroso. sempre que me vêem com esses amores de tirar o fôlego, o sono, o sossego, sorrio como alguém desinteressado no assunto e pergunto se vai chover. talvez as condições climáticas não sejam favoráveis a chuva devastadora dos verões, mas o meu coração sempre chove quando se vê incapaz de sentir. apenas.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

tou cansando dos dias cinzas e abafados, das incertezas sobre o tempo e da rapidez do tempo. tenho saudades de ser feliz e não saber. aaaah, e como é, e era, boa essa felicidade não percebida, quieta e onipresente.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

além

no dia em que eu conseguir traduzir em palavras o mundo que me fizeste descobrir, descubro, também, o nome desse sentimento que consegue ser maior que o amor.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ânsia pra que chegue o fim de um dia que nem começou - parece estar em órbita de tão distante, talvez, nos anéis de saturno, fora do meu alcance e calendário... parte de qualquer outro, pertencente, quem sabe, aos islâmicos ou judeus. meus dias andam se propagando tão rápido quanto a luz. as horas vão escapando entre os dedos, os olhos não dão mais conta, o coração não acompanha. acelerado demais, arritmia temporal, loucura atemporal... e permanente, quase perpétua - vem quieta, às vezes barulhenta como trovoada.. vai invadindo todos os cantos da casa, as páginas dos livros, os pensamentos antes de dormir.. não há tempo pra inspirar, expirar, parar. é ir é vir é é criar coragem é levantar e riscar mais um dia é ir é vir é inferir é ferir é respirar é ir e vir é ir e vir é ir e vir é. e. que acabe logo.

terça-feira, 21 de julho de 2009

bebâda de sono em amarelo queimado

ninguém precisa lembrar-me quantas vontades inconsequentes e paixões irracionais invadiram o meu peito, expulsando o meu coração.. ninguém precisa lembrarme quantas vezes me controlei, respirei fundo e neguei palavras-sentimentos que só eu podia e não sentir. esse meu jeito tolo-todo-racional anda fazendo-me quase perder a razão... tem tornado me uma antítese constante e ambulante.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

meu coração é um mundo muito grande e complexo para seres tão pequenos e levianos o compreenderem.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

cheio de pó

às vezes, eu sinto tanto a tua falta e não sei como externar isso através dos meus atos. sempre gostei do amor quietinho, entre dois, entre paredes, dentro do coração, escrito, declamado, cantado subjetivamente. por isso, não sabia se pintava no meio da rua, calma e distante, em frente tua casa, ' tua ausência anda consumindo minha alma...' - como também não sei se usaria reticências ou um ponto de exclamação, porque a minha saudade não é apenas isso. é mais e sempre foi mais. minha saudade é o que move-me a escrever palavras tristes-alegres-doloridas-e-nostálgicas sobre os momentos que eu desejo ao teu lado - sou capaz de sentir saudades até do que não aconteceu. não sei se escrevo nas paredes dos corredores dos lugares onde sei que passas todo o dia: ' não te esquece, sou livre por tua causa... se é impossível aprisionar os que tem asas, mais impossível ainda é aprisionar os que sentem'. talvez a tua pressa te fizesse não perceber minha falta, a tua falta e a nossa falta. talvez, essa mesma pressa continue a te fazer distraído e esquecido do que somos. talvez, eu continue tentando mostrar-te com o meu amor quietinho, com todas essas letras inlegíveis ao teu coração, que a minha saudade é muito mais do que uma palavra inexistente em outras línguas.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

eu, meu coração torto e minhas teorias falidas.

o homem crê em diversos deuses, em muitos seres sobrenaturais, em santos, em rezas, energias, na fé, no amor, no apocalipse, em gnomos, na bomba atômica, em Gahndi, no Osama..até no Bush. é uma linha linear essa crença toda em algo maior, alguém maior - mais poderoso, bondoso , menos humano e mais forte. como todos os seres humanos, eu acredito que qualquer outro ser místico seja muito maior e mais forte do que a minha medíocre significância. talvez, como todo o resto do mundo, eu precise me apegar em coisas inexistentes e surreais para tentar acreditar- o pouco que seja - que amanhã as coisas estarão melhor. mesmo que o amanhã nunca venha e não exista. o passado a gente conta, o hoje a gente vive, e o amanhã... quem sabe o que se faz com o amanhã? nunca vem, ninguém nunca o viu ou o viveu. mas ele está constantemente presente nos nossos planos, nos nossos desejos e começos. 'amanhã eu começo a dieta, amanhã eu aprendo a amar alguém, amanhã eu conserto a goteira da cozinha, amanhã eu recomeço a minha vida'- é SEMPRE amanhã e o amanhã é NUNCA. amanhã é meio Deus... afinal, sempre falamos nele como algo constantemente presente - que será um alívio para as nossas almas, onde iremos recompensar todos nossos pecados - mas ninguém nunca provou sua existência. talvez seja tão irônico acreditar em Deus quanto planejar o amanhã, talvez seja só mais uma forma de provarmos o quanto somos frágeis e descrentes da nossa própria força - totalmente desapegados e insensíveis aos nossos sonhos e planos. planejar nunca deu certo pra ninguém, algo sempre dá errado e o maldito plano não sai como esperado - mas isso é completamente óbvio, afinal, como podemos ser capazes de viver e desejar um dia cheio de horas que nunca virão? até gostaria de acreditar que as coisas vão melhorar... mas eu sou incapaz de acreditar que a melhora esteja em algo inexistente como o futuro é. o hoje é infinito, amanhã é nunca e nossa única certeza é o ontem.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

andorinha

é algo além de gratidão com um significado que nem a sorte explica. é a confirmação diária que nesse mundo lotado de almas vagas eu encontrei o tesouro no fim do arco-íris e o real sentido para a realização que é o amor. é a companhia persistente nos momentos mais incompreensíveis, mais insuportáveis e dolorosos. o beijo nos cílios encharcados, a mão dada nos dias frios e nos dias quentes. o sorriso paciente, o olhar cuidadoso, as palavras doces, as demonstrações afetivas... e o amor universal e essencialmente puro. é minha realidade mais doce, minha história mais bonita, minhas lembranças inesquecíveis, um sentimento perpétuo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

'como é estranho ser humano nessa horas..'

durante as minhas últimas dores percebi que sou muito mais bicho do que humana. andei perdendo a minha fé por aí, junto a crença em dias melhores; agindo de uma forma irracional aos olhos dos otimistas e daqueles que me cercam, e constantemente passam a mão em minha cabeça tentando me convencer que as coisas ficarão bem. não adianta, eu permanentemente tento lutar contra o meu instinto de recusar qualquer toque nos períodos em que a dor toma conta total de mim, mas não consigo suportar a idéia de que alguém toque e veja todas minhas feridas abertas. sempre preferi curar meus próprios machucados com a minha própria saliva e nada nem ninguém mais. sempre acreditei que nesse mundo tortuoso e desumano quanto menos dependências eu acumular mais evitarei possíveis sofrimentos. nunca fiz sentido pra ninguém, criei a minha (ir)racionalidade - permanentemente incompreensível aos humanos e seus corações vagos e levianos. nesse mundo ainda não sei quem é humano..como não sei se quero me tornar um.

sábado, 9 de maio de 2009

metrô

foi no olhar dele que me assisti crescer, por trás daqueles olhos tão noturnos e cuidadosos - atentos a cada movimentação mínima que meu corpo inalcançável fazia. foi por trás de todas as brincadeiras que seus lábios rachados diziam que minha percepção de mundo e riso estenderam-se . por trás de todos os toques calculosamente cuidadosos que senti pela primeira vez uma atribuição nova ser adicionada ao amor. ele sempre foi quem tirava-me mais facilmente um riso inesperado e um suspiro espontaneamente profundo... por ele eu corria quilômetros para alcançar o trem, em que em algum vagão, eu poderia sentar ao seu lado e me aconchegar naqueles ombros quentes e ovais - encontrando uma pax instantânea que era minha e só. nele eu enxergava a possibilidade de obter a máxima libertação que é sentir, na sua companhia apreciável me atiraria sem olhar para trás ou repensar no abismo que é amar.
fomos calmaria, risos, letras somadas, aromas, encontros, olhares e gotas cristalinas.
é dolorido pôr expectativas em algo, algum caminho ou desejo, e falhar. dói na alma, dentro do peito, nos faz questionar se o tempo foi válido, perdido ou vão. falhar depois de grande esforço para obter algo é como amar em silêncio - nos faz sentir dor na alma, dá-nos uma fraqueza, descrença abrangente e um arrependimento devassador por não termos tido coragem de ter ido mais além.

terça-feira, 24 de março de 2009

colorido

se eu pudesse coloriria todos os livros que tenho, encheria eles de cores como tu enche os meus dias. recortaria todas as folhas e sublinharia os trechos mais bonitos - esses todos que constantemente me remetem a qualquer pensamento, ou lembrança, sobre essa overdose sentimental que tu me causas. gastaria todas minhas tintas, cores, energias, livros e folhas.. apenas

sábado, 14 de março de 2009

uma mãozinha cheia, duas vidas lotadas de histórias, três meses oficiais, quatro cavidades do coração preenchidas, cinco meses descobrindo um novo sentido pra todas as coisas ao nosso redor. não consigo crer que o relógio já somou tantas horas formando dias, que esses dias se acumularam... e nossos sentimentos foram cada vez mais fortalecidos, cultivados e preservados. teu amor é cuidado com toda minha atenção e dedicação cada segundo que passa, longe ou perto de ti - não teria como ser de outra maneira, admito. sentimentos vivos dessa maneira têm de ser preservados, vividos intensamente e por inteiro, por completo. lembro-me, agora, de uma das nossas conversas sobre esse tal-amor, sobre o que ele realmente significa , como se tem certeza que se sente ou não ele pulsando veias, desejos, corpos à fora, corpos à dentro. pensei horas, horas, pensando o que esse bendito formador de famílias felizes ou destruidor de lares sólidos, realmente é.. se existe razão em alguma parte microscópia dele.. e cheguei à mesma conclusão de sempre: amor é querer que uma história ou várias delas, dêem certo, que os sonhos sejam criados e realizados ao lado de alguém, é desejar, compartilhar dores, alegrias, sossegos, sufocos. esforçar-se ao máximo para não causar dores e sofrimento ao outro, e sim, dividi-los e auxiliar na resolução me soa muito mais 'amor'. amar é fazer todos os esforços possíveis e impossíveis para que as coisas se ajeitem, pra que nada se perca; pra que tudo se transforme e no fim, no começo, no meio, e no sempre, dêem certo. é querer bem, é desejar o bem, ter vontade de sentir o silêncio ou a palavra doce pertinho do ouvido. sentir os batimentos do coração do outro e quando menos se espera surpreender-se ao sentir os batimentos sincronizados.. amar é sentir completa paz na presença, é auto-permitir-se ter sensações inexplicáveis e indescritíveis ao ver um sorriso ou receber um beijo. é desejar testemunhar a vida do outro o tempo todo, pelo sempre possível. é desejar que o outro testemunhe risos, choros, raivas, dores, sem vergonha de mostrar-se indefeso, machucado ou extremamente forte e feliz. é sentir prazer pleno com pequenas atitudes, grandes coisas, e momentos indescritíveis. é ter vontade de mudar o temporal pra calmaria, o choro pro riso, é tentar com todos os poros fazer com que o outro fique, realmente, bem. amar é conhecer, é descobrir, desvendar, surpreender, e relembrar. amar é proteger e permitir viver, é ser livre pra sentir, pra querer. amar é acumular bons dias, boas lembranças, boas histórias. é lembrar de momentos bonitos ao ver o ingresso do cinema ou o papel de bala amassado no bolso e sentir uma felicidade espontânea.. amar são tantas coisas, tantos eus, tantos tus, tantos nós. meu bem, digo-te o que sinto são todos esses desejos, vontades e que, por ti, faria todos os esforços, e assim digo-te de peito cheio, de sorriso aberto que sinto por ti é amor, sim.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

traumas

um dom juan disfarçado entre certezas contínuas e uma surpresa inacreditavelmente dolorida. passado um mês, vivi a combinação (im)perfeitamente perfeita entre distância e intensidade - deixou todas as marcas possíveis do amor por aí, entre lugares perdidos na cidade e pedaços de pele. voou um ano, me vi com uma fome insaciável de uma única presença, uma sede infinita de vontades, o desejo de atenção constante, expectativa que não cabiam em mim e uma falta de calor intensa - que fazia-me revirar o corpo e os pensamentos toda a noite a procura do que faltava. no primeiro tinha a crença que fosse perdurar por séculos, no segundo acreditei que o tempo resolvia todas impossibilidades do amor e vivi nele a certeza de que nenhuma marca é definitiva, no último entendi que o meu corpo exigia mais para que o coração fosse aquecido. no agora, eu desejo-o ter de coração e corpo inteiro - sem um pedaço de dúvidas ou espaços para divisões.

acaso

o cansaço dos mesmos jogos, dos mesmos roteiros e das mesmas desculpas tomou conta de mim. dolorido é perceber quanto esforço foi descartado, quantos sentimentos foram deixados de lado - supostamente e simplesmente por influências erradas ou palavras não ditas. foram inúmeras tentativas, inúmeras. não digo que em vão, não gosto e nunca gostei do vão. sempre busquei o cheio, o completo. não culpo alguém, nem ninguém. confio no meu coração que sussurra me dizendo que tudo é acaso. acaso, descaso, qual quer prefixo possível de se acrescentar - para fazer partir daqui toda essa confusão. cansei de complicações, meu maior desejo é a simplicidade abstrata que eu ainda não alcancei. meus sonhos nunca me ensinaram nada, e antes de dormir dou-me conta: cada dia que morre leva de mim um pedaço de dor, cada suspiro que evapora dos meus pulmões leva de mim um pedaço de mim.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

meu hoje sempre

cada suspiro teu que presencio, faz-me querer sentir-te cada vez mais e mais. esse amor que teu coração e corpo me proporciona me tira o fôlego, deixa-me sem ar e sem equilíbrio, sem sanidade. é como se eu me encontrasse em cara pedacinho de extensão do teu corpo, e sinto-me exatamente como se cada nova descoberta sobre ti fizesse-me cair em um abismo; desses que deixa nos voando e faz-me procurar novas coisas sobre tua alma. todas as nossas divisões de medos e segredos vão cessando as minhas antigas angústias. ao teu lado, eu consigo sentir toda a pulsação que é ser entorpecida por essa junção de sentimentos tão nobres, tão juntos e compactados em apenas um. e, meu pequeno, como me enche o peito de alegria perceber o brilho do teu olhar ao me descobrir, como toma meu peito de satisfação saber e notificar que até das manchas do meu passado e do meu braço direito tu gostas; como faz-me realmente feliz perceber quão fácil é tirar te um sorriso ou uma risada longa e sincera... fazendo assim os nossos momentos tão doces quando é um beijo teu. aaa, meu benzinho, se eu tivesse a capacidade de nos resumir em tinta e papel o teria feito há muito tempo.. apenas para lembrar-te que não há no mundo amor feito o nosso, ou alguém feito tu. só pra deixar de algum lugar na tua memória anotado como um recado, que nunca haverá no meu coração e na minha história espaço tão grande e significativo como tu ocupas para outro alguém.. justifico-te tudo lembrando-te que, meu amor, tu já és e, sei, permanecerá sendo único para mim.



apenas desejo com todo o meu coração que tu sejas o meu hoje sempre.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

veins

meu desejo era chegar ao ponto de te sentir nas minhas veias, sentir-te correndo extremidades a fora junto ao meu sangue, totalmente sincronizado ao ritmo do meus batimentos, podendo assim fazer meu coração reagir pulsando intensamente quente. o calor do teu corpo nunca conseguiu esquentar o suficiente o meu - que persiste com extremidades frias, com a pele fina, todas as veias aparentes e um coração lotado de vontades.

little box

milhares de dúvidas persistem nos meus pensamentos, constantemente. e independe se eu ouvi um bom dia ou um boa noite elas nunca cessam. sei o tamanho da inutilidade de todas tentativas de encontrar as respostas necessárias para que tudo isso fosse mantido longe daqui, ou mantido dentro da minha caixa de recordações. mas sempre que esses pensamentos voltam, eu jogo fora todas aquelas teorias que eu criei sobre as nossas justificativas falidas - e os motivos pelos quais usamos tantos fatos como justificativas falidas. conscientemente consigo admitir que sei, nunca fiz-te compreender-me. mas fiz-te ter-me por inteira em dezenas de momentos, e acredito que essa seja a melhor explicação para tantas incoerentes palavras - perdidas no ar, e em papéis amarelados por aqui. tão amarelados e desgastados como as lembranças consolantes que insisto em trazer e lembrar, e tão perdidos como os bons momentos não vividos, que possivelmente, trariam melhores dias e nenhum começo pós fim - ou trariam, quem sabe, respostas que eu tanto procuro e não encontro em nenhuma palavra dos meus cadernos.

depende apenas da vontade...

a dor te distrai fazendo-te esquecer aquilo com que não queres lidar. deduzir o próximo segundo e tentar descobrir o que está por vir, ao meu ver, são apenas maneiras de fuga para diminuir a intensidade do presente. impossível é só a desculpa mais prática, aos fracos, para as coisas pelas quais teríamos que realmente lutar.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

nem lembrava dessa

cada vez mais é a certeza do teu olhar e a firmeza das tuas palavras que fazem meus fins de tarde serem melhores. cada dia mais é o teu carinho e todo aquele mimo que fazem tudo se firmar aqui dentro de uma maneira totalmente nova. sei que tá aqui comigo, a qual quer minuto. constante como todos os batimentos rápidos que provoca dentro do meu peito.'

domingo, 1 de fevereiro de 2009

redroses

preferia não querer proximidade, não sentir saudade, muito o menos o vão, esse aperto. sei, torcia para que as coisas fossem mais duras, menos bonitas - seriam mais fácil de serem deixadas de lado. mais fácil de não fazerem toda falta que fazem. são repentinos e inconstantes meus momentos, minhas vontades, meus carinhos, minhas saudades - mas é constante toda movimentação que tantos sentimentos fazem dentro de mim. quando menos espero me pego no meio de desenhos e cartas, lembranças, e palavras não ditas. "pode ser a eternidade má, caminho em frente pra sentir saudade."

game over

o cansaço dos mesmos jogos, dos mesmos roteiros e das mesmas desculpas tomou conta de mim. dolorido é perceber quanto esforço foi descartado, quantos sentimentos foram deixados de lado - supostamente e simplesmente por influências erradas ou palavras não ditas. foram inúmeras tentativas, inúmeras. não digo que em vão, não gosto e nunca gostei do vão. sempre busquei o cheio, o completo. não culpo alguém, nem ninguém. confio no meu coração que sussurra me dizendo que tudo é acaso. acaso, descaso, qual quer prefixo possível de se acrescentar - para fazer partir daqui toda essa confusão. cansei de complicações, meu maior desejo é a simplicidade abstrata que eu ainda não alcancei. meus sonhos nunca me ensinaram nada, e antes de dormir dou-me conta: cada dia que morre leva de mim um pedaço de dor, cada suspiro que evapora dos meus pulmões leva de mim um pedaço.
me disfarço bem com toda a minha indiferença - sendo ela a respeito do amor, da amplitude dos sonhos, do poder que as coisas têm sobre mim. sem dúvidas, minha maior defesa é fingir o descaso que hoje já soa tão natural. exatamente como as mentiras que são contadas e que ás vezes soam como verdades, esse descaso parece fazer parte de mim e das minhas histórias - não espero nada de nada, se o nada não sair como planejado eu não me frustro. e isso é o que me fez enxergar, viver e comprovar que as aparências enganam, e que as letras explicam. apesar de ser completamente contraditório e inimaginável sempre crio expectativas do tamanho do universo a respeito de tudo e faz parte da minha rotina ter frustrações - mais parte ainda não falar sobre elas e fingir não me importar, ou fingir compreende-las já que nem eu me compreendo.

roma

meu sexto sentido nunca falha, a forma neutra como eu vivo sempre me traz as verdades. sendo elas absolutas ou não, elas incrivelmente sempre vêm ao meu caminho. ontem eu ouvi e parece que meu coração se achou, encontrou o caminho que procurava e as palavras certas. e me deu um estalo no momento que me reelmebram 'nossos corações sempre nos guiam às melhores escolhas, e os erros são perdoáveis a partir do momento que nós conseguimos nos auto perdoar.' não se trata de religião, ou doutrina nem opinião. só capacidade. explicidademente assim, uma crença no amor e no poder que ele tem sob nós, mesmo que já temos o negado o suficiente para bloquear qual quer sensibilidade, um dia ele volta a fazer sentido e parte de tudo.
cansei de viver pelo que os outros acham certo, e prefiro ficar aqui te olhando. bem de perto, talvez aonde mais ninguém pudesse te ver tão de perto assim. eu sinto, que eu encontrei em ti alguém que nem mesmo tu conhecia, e um alguém que é o que eu menos podia esperar. já disse, sempre me surpreendendo da melhor maneira. e é tão bom poder sentir tudo que eu sinto quando eu estou do teu lado, quando tu divide o teu mundo comigo e eu te faço participar do meu. ou te ver cuidar de mim, e me olhar com a carinha de preocupado porque eu estou batendo os dentes de tanto frio. sentir a tua mão esquentar a minha, e isso causar mil sensações aqui dentro, que eu não pretendo entender. cansei de ser razão, e estou aprendendo do teu lado a ser mais coração. é toda essa preocupação, é toda essa atenção, todo esse carinho que me fazem querer viver agora e não pensar mais no depois, ou pensar nos outros. agora, voltando a correr sem medo contra o tempo, sem medo de qual quer coisa que possa vir. o que me importa é o agora, não os tic-tacs que o relógio fez ou irá fazer.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

de que adianta o amor?

há as pessoas que nasceram pra amar, em contra partida há aqueles que nasceram pra ter amor na vida. há poucas horas eu tinha praticamente certeza, já que nunca se tem certeza de nada, de que eu tinha sido privilegiada e nascido pré-destinada aos dois. mas o destino muda em piscar de olhos. eu vivo me perguntando a cada hora que vai, cada mão quente que tenta esquentar a minha, cada sorriso que me provoca felicidade, cada espaço que é ocupado em minha vida, no meu coração... cada esperança que me vem ao viver dias em que parece que o amor reina por todos os meus lugares.. pra que e quem eu destino todo o amor que nasceu junto há mim há tanto tempo? preferia não pensar, não agir como os românticos de trinta.. não sofrer por esse mal e não querer morrer dele, por ele.. mas acho injusta a maneira como sempre o destino me prega uma peça, me faz perceber que talvez a minha vida seja menos dolorida sem esse mal que faz ela parecer mais completa. preferia que o amor só fosse um anexo, não um complemento. sinto dor, e um mal por não ser melhor do que eu sou, por não conseguir ser. minha história foi escrita cheia de medos, de receios, desconfianças e visões distorcidas sobre o verdadeiro amor - toda junção de sentimentos que ele é. e, finalmente, quando eu realmente sei que posso sentir todos esses sentimentos correndo pelas minhas veias, aquecendo o meu coração, algo faz o meu sangue querer parar de correr. e correr.. correr contra todos os desafios e empecilhos que a vida me prega, correr todas vezes vida me faz desacreditar no amor, é algo que vem cansando os meus músculos e as minhas esperanças. desafiar o mundo sozinha é algo que me faz perceber o quão pra ser amor precisamos ser dois. de que adianta eu ser a única por aqui que reluta, que luta, batalha, transpassa por cima de todos e tudo? de que adianta o amor nas horas em que o mundo todo é errado, os jovens não sabem absolutamente nada? de que adianta o amor aos 18, 20, 35, 50 aos 80? e quem sabe explicar o que é o amor? me dói pensar que talvez seja eu quem faça as escolhas erradas, seja eu que condicione esse destino 'amores impossíveis' para mim mesma. mas não sei o motivo pelo qual dessa vez eu verdadeiramente senti o meu coração bater por inteiro, não sei o motivo pelo qual dessa vez eu entendi o sentido de todas as minhas escolhas. talvez cortar o mal pela raiz seja mais seguro, menos dolorido, menos estressante e cause menos desentendimentos, problemas e brigas. até então praticidade sempre tinha sido a minha maneira de viver, meu lema.. até o dia em que eu senti o quão bom era poder se arriscar e sentir algo doce. 'viva a vida com mais praticidade e esqueça o quão inesquecível podem se tornar dias repletos de amor' acredito que seja esse o desejo da vida, que seja esse o destino que ela tanto deseja a mim. se for só pra doer, se for só pra testar, começar e terminar com a inércia de nunca ter aberto a boca pra protestar, a inércia de nunca ter lutado pelo real amor, pela liberdade que é amar... talvez se o amor na minha vida seja sempre uma sucessão de tudo que só faz meus pedaços de fé e esperança desaparecem, se para o amor eu nunca seja boa suficiente, talvez se o amor for tão impossível assim, ao contrário do que diz Verissímo, nem o tempo dê jeito em toda impossibilidade que sempre acaba por ser tornar meus amores... talvez o amor simplesmente não sirva pra mim. talvez toda essa força quem têm os meus sonhos e as minhas esperanças não sirvam pra curar a dor que é saber que se pode amar, que se é amada, mas quem isso não depende completamente da nossa própria vontade. nunca pensei que amar fosse doer tanto quanto hoje me dói, que fosse me revoltar tanto. não achei que o amor poderia tirar meu sono, minha paz, minha segurança, minha fé, e que ele podia ser tirado tão facilmente de mim. se for pra ver o amor sendo descamado pouco a pouco, sendo proibido descaradamente, se for pra ver o meu amor perder a fé e a certeza de que ele realmente foi encontrado, eu prefiro esquecer qualquer boa sensação que ele já me provocou e ser só mais uma dessas pessoas medíocres que tem o amor na vida mas não a capacidade de amar.

seguro

continuo a estranhar a maneira como tu persiste em ser a minha maior tentação. concordo plenamente com o que já me disse, e sei, sempre que eu não posso querer, eu te quero incontrolavelmente. entre nós nunca houve nada relacionado ao amor, e sim o desafio de não ligar para qualquer proibição ou impedimento - é sempre um desafio que nos faz quebrar as regras só para nos encontrarmos escondidos em algum lugar longe daqui. eu sei, sempre que tem alguém ao meu lado e te vejo, tu me dá aquele sorriso de canto e o apertãozinho habitual na cintura, uma vontade de te empurrar para um canto escuro e escondido e te ter pra mim, só por mais uma noite, toma uma conta absurda do meu corpo. te ver e te sentir me tocar são coisas que exigem um controle absurdo. lembro perfeitamente a primeira vez que te vi em um lugar longe de todas as minhas responsabilidades e compromissos, lembro exatamente a maneira como tu me olhou e logo me deu um beijo saciando toda a vontade que nós dois guardávamos há tanto tempo. e a sequência de noites que aconteceram, nós dois embriagados, cheios de calor daqueles dias quentes, cheios de vontade de aproveitar todas as oportunidades que tínhamos naquele lugar - era tão longe, e tão improvável que alguém pudesse descobrir ou suspeitar que nos encontrávamos, praticamente, todas noites para matar a vontade de coisas que não poderíamos fazer em outras oportunidades, em outros lugares. sempre achei graça da proximidade que temos, das risadas que provocamos um no outro, dos copos de bebida que já dividimos e da forma como eu não podia imaginar que um dia tu ia mexer tanto com meus desejos. continua sendo difícil e árduo o trabalho que eu tenho para tentar não lembrar da tua última noite junto a mim - e acredito não querer esquecer da minha disponibilidade de ir até a beira da praia de vestido só para sentar contigo na areia, sei que não quero esquecer de ti dividindo comigo o calor de uma fogueira ali na beira, muito menos quero esquecer da maneira como perdemos a hora, esquecemos do mundo real, e ficamos nos encontrando um no corpo do outro por tantas horas. nós dois sabíamos que seria a nossa última noite, lembro de tu me dizendo o quanto era ruim voltar para o mundo real. nós dois sabíamos que eu iria voltar e seguir com as coisas que tinha deixado pendentes, e isso era o motivo mais forte para nós não podermos mais relembrar os nossos dias quentes longe de tudo. não relembramos mais; mas tenho que admitir que vontade não me falta. e que dessa vez, talvez eu queira esperar um pouco mais. quem sabe, talvez, te ter de uma futura maneira em que não precisaríamos nos esconder, encontrarmo-nos em lugares escondidos, distantes ou escuros. talvez, minha vontade seja te ter de uma futura maneira em que eu possa te dar toda a paixão que ainda guardo. e, talvez, um dia, transformar todos esses desejos, essa paixão... em todo amor que sei que teu coração merece, e sei que o meu coração pode dar.

thunder

parece que aqui dentro simplesmente surgiram todas respostas, evoluíram e apareceram nos papéis todas as soluções que antes eu parecia procurar e achar nunca. o tempo sempre mostra, em relação a ti eu já tinha vivido e escrito isso. hoje eu sei, não foi o depois que nos tornou incapazes de voltar a ser nós dois, foi o meio pro fim que modificou o nosso mar de rosas para um mar turbulento e inseguro. nenhum de nós conseguia controlar o leme, as razões, evitar que tudo chegasse aonde chegou. e o fim de tudo foi nublado, úmido e ao mesmo tempo seco. não posso negar que eu esperei muito de nós, que eu acreditei quase por completa em uma reviravolta, em um ajuste, um conserto. mas o teu trovão sacudiu demais o meu mar, acabou e destruiu com o nosso barco e hoje eu não culpo mais a minha forte tendência de seguir com a correnteza sempre em frente. hoje eu vejo que quem nos estragou foram teus atos omitidos, tuas falhas não assumidas, e todas culpas infames que tentaste colocar nas minhas ondas. quem nos fez afundar não foram minhas tentativas de conversas e esclarecimentos, foram tuas omissões no papel de quem precisava escutar algo além do barulho aconchegador do mar.o teu maior problema nunca foi minha incapacidade de enxergar pelo espelho, e sim a minha capacidade de ver além dele.

aviãozin

não aguento mais sentir esse calor durante todas as minhas idas e vindas a todos os lugares cinzas e sem graça dessa cidade.
um aviãozinho, maior do que o que eu ganhei no meu último kinder ovo, levou toda graça dos meus dias para longe. e quando não encontro a minha graça preferida, fico tentando encontrar qual quer outra graça em brinquedos minúsculos - tão pequenos como a maneira que eu me sinto longe de ti. meu tamanho e minha força parecem ter reduzido 20 vezes; e mesmo assim minha vontade é grande demais para entrar no aviãozinho e voar para te encontrar. então, fico tentando colar aqueles adesivinhos, que mal cabem na ponta dos meus dedos, nas laterais do meu aviãozinho - tentando sentir o mesmo gosto que sinto quando te tenho colado às minhas laterais. e, juro, faço o maior esforço possível para enxergar todas as cores, que meu aviãozinho tem, nos dias em que não te tenho por perto - mas apesar de todo esforço, faz tempo que minhas semanas são cinzas e que o aviãozinho parece ir perdendo as cores. é irônica a maneira como ando detestando o calor atmosférico infernal que ronda meus dias e essa cidade tão longe de ti, e como eu adoro o teu calor corporal celestial. e essa falta das tuas cores, da tuas graças nos meus dias tem me dado uma tolice infantil - meu maior passatempo é fingir viajar com meu aviãozinho por todo o céu, que longe de ti é, cinza, te procurando em todas terras verdes, tentando achar o nosso encontro; achando assim as minhas cores preferidas. percebi que levaste meus focos de pensamentos e meu coração na bagagem, e que meu aviãozinho não é capaz de me levar até ti para busca-los de volta. ando tola, tão tola como a força do meu desejo de refrescar-me com o vento suave indo voando até ti; tão tola como a vontade de mergulhar num mar azul de um beijo gelado teu; tão tola quanto a minha imaginação fértil em relação a este aviãozinho de plástico tentando de alguma maneira te buscar e ter de volta o meu calor preferido.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

recomeçando o fim

nosso cotidiano, dividido assim tão próximo e de forma tão constante, só tem feito eu querer-te mais perto.ganhei um sentido completamente diferente as minhas manhãs e aos começos dos meus dias - me deste um gás e uma vontade incrível de querer parar meus sonhos e acordar para viver uma realidade, tão doce quanto um sonho, ao teu lado. sinto meu coração se preencher cada vez que te vejo sorrir e a cada bom dia acompanhado de um beijo que recebo de ti - em todas as minhas novas e boas manhãs. encontrei, pela primeira vez, um sentido novo a coisas que antes eram só obrigações e vontade de fazê-las melhorar para poder aproveitar meus intervalos de tempo junto a ti. no meu relógio sempre faltam dois minutos para te ver e no teu sempre faltam mais do que seis minutos. sempre eu perdôo teus atrasos e tu as minhas faltas, assim que encontramos-nos corredores a fora. tão bom poder viver um começo no fim de ano.

guia

o que, sempre, mais gostei em nós dois era a maneira como sabíamos de cor os mapas dos nossos corações e de nossos defeitos. tenho consciência total da incoerência irracional da minha maneira de ter um gosto especial pelos momentos em que eu conheci o pior de ti, e a forma estranha de como eles me fortaleceram. sempre gostei dos teus defeitos e das tuas julgas aos meus atos impulsivos. sempre gostei de tirar do sério, da sanidade, da razão. meu prazeres maiores sempre foram as brincadeiras e os meus mistérios que sei que te incomodam tanto, e que sempre me fazem rir das tuas reações. como sei, que sempre, gostaste de me tirar de mim, e sei o quão bem faz ao teu ego saber que certas palavras tuas arrancam suspiros e pedaços dos meus pulmões. nossos jogos sempre foram os mesmos, minhas peças as palavras e as tuas atitudes. talvez por esses, e tantos outro motivos, nos completamos como o branco e o preto, o queijo e a goiaba. mesmo que tenhamos gostos culinários inversos, sempre soubemos nos completar nos olhares e nas palavras - se faltava uma na minha boca logo ela pulava da tua. sei o quão irritante sou nos meus contínuos momentos inquietos em que meus barulhos em tons mais baixos tiram tua concentração e fazem-te querer esganar-me, mas eu tenho verdadeiro gosto por ver-te desarmado depois de um sorriso meu e um pulo teu sobre o meu corpo, no meio dos meus braços. admito que meu prazer maior sempre foi te tirar do lugar aonde devias permanecer com tua postura de bom moço, e te por aonde eu sempre quis ter-te: no lugar que só tu ocupas como um bom amante. eu prazer maior sempre foi te tirar do lugar aonde devias permanecer com tua postura de bom moço, e te por aonde eu sempre quis ter-te: no lugar que só tu ocupas como um bom amante.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

capuccino

alguma coisa nessa milhares gotas de café juntas, as 6 e 45 da manhã, me traz pedaços de nós dois. talvez pelo aroma, o cheiro forte que me levam sem duvidar a essa xícara, como o teu cheiro sempre me levou até o encontro dos nossos corpos. talvez, eu lembre por tu seres o único a agüentar meus mau humores matinais - que se prolongavam pelo dia a fora - até o momento em que o teu abraço me prendia forte. e como o esforço que cada contração dos meus músculos ainda adormecidos exige eu me lembro todos os esforços que a nossa história exigiu, lembro das inúmeras vezes que eu tive vontade de desistir daqueles dias, virar pro lado e adormecer, fingir estar tudo bem - mais cinco minutos e eu escutava o meu despertador desesperado gritar pedindo para que eu não desiste de um amor assim feito o nosso. feito amanhecer na praia, feito aurora clara. despia o pijama e deixava junto com ele qual quer vontade de não fazer a nossa história acontecer, acordava sem saber como seria olhar dentro dos teus profundamente escuros olhos e ver - o que a minha certeza diz que só eu vejo - aquele brilho esperançoso me pedindo alguns segundos de amor. e os nossos segundos contados, entre corridas e tantas outras coisas, sempre eram complementos - e foram eles que me fizeram persistir por tanto tempo - para minha alma, pro meu bem. foram algumas tormentas nas madrugadas, algumas chuvas que alagaram nossos queixos, pescoços e peitos de lágrimas, algumas noites mal dormidas, mal faladas, mal explicadas, que hoje nos amadureceram. nunca vi tanta intensidade e vida em duas pessoas juntas, tanta sintonia, vontades repentinas e loucuras paralelas. nunca vivi tanto amor em tão poucos dias. é uma pena que hoje é meu único dia de folga na semana e que eu realmente precise voltar para a cama, sonhar algum sonho bom - talvez só para trazer de voltar minhas lembranças preferidas. todas nossas histórias vividas por esquinas da cidade, noites a dentro, vividas entre toques fortes e singelos beijos na ponta do nariz. nesse recém começo de dia meu desejo é um adormecer só para recordar o quanto é bom te ter tão perto, o quão é gostoso acordar as 6:45 tomar uma xícara de café, ser levada até a cama pelo teu cheiro e te encontrar lá com os olhos escuros tranquilamente fechados sonhando os nossos sonhos.

morning

todas as coisas tem seu tempo, seu devido lugar e seu valor.' foi algo assim que eu ouvi caminhando em um parque, me encontrando no conforto de um abraço e na segurança de duas mãos dadas, não me esqueço como o sol estava especialmente reluzente. minha atenção, alma, e pensamentos voando alto com todas minhas confusões. e nós dois desejando as coisas de acordo com as fases da lua, mas no fim... sempre se achando entre um luar e outro.

carnaval

foram algumas doses, alguns sorrisos e danças. mal lembro o exato instante e como aconteceu. quando percebi teus dedos se confundiam com os meus e o calor da tua mão aquecia a minha.
e foi assim tão de repente... me deu um sorriso e logo depois um beijo. longo, encaixado e no fundo com gosto doce da tua loucura que só eu senti. e meus lábios dormentes, minhas mãos medidamente menores ficaram brincando no teu rosto e no teu corpo. mesmo com a fumaça dos cigarros, com as luzes psicodélicas e as músicas incoerentes me encontrei em ti por um curto tempo de uma única noite. e isso eu lembro e isso eu sei, meu gosto por coisas únicas.

domingo, 25 de janeiro de 2009

mesmo lado

enquanto me dirigia ao tal local onde iríamos nos reencontrar, encher nossos corpos de alcool, rir do passado, e causar constrangimentos um no outro... fui relembrando o quanto o meu coração havia se enchido durante todo o tempo que dividimos. era estranha a sensação que habitava-me, e no momento em que mirei seu sorriso abrindo-me porta, meus nervos simplesmente descansaram em paz. meu passado descansou em paz; foram horas, copos transbordando, repetidas cenas e canções, risadas.. e quanto mais ouvia ,novamente sua, voz, e sentia seu novo cheiro, mais me parecia irônia do destino tudo aquilo acontecer. pra ela, sempre pareci exageradamente acreditado do amor, das loucuras que ele faz-nos cometer, e de todos os clichês básicos que eram sempre redigidos nos seus livros preferidos, suas músicas mais ouvidas.. sabemos como era exatamente assim. quando juntos, uma força maior, uma crença maior fazia-me pensar que ao lado daquele estreito e elétrico corpo eu enquanto me dirigia ao tal local onde iríamos nos reencontrar, encher nossos corpos de álcool, rir do passado, e causar constrangimentos um no outro... fui relembrando o quanto o meu coração havia se enchido durante todo o tempo que dividimos. era estranha a sensação que habitava-me, e no momento em que mirei seu sorriso abrindo-me porta, meus nervos simplesmente descansaram em paz. meu passado descansou em paz; foram horas, copos transbordando, repetidas cenas e canções, risadas.. e quanto mais ouvia ,novamente sua, voz, e sentia seu novo cheiro, mais me parecia ironia do destino tudo aquilo acontecer. pra ela, sempre pareci exageradamente acreditado do amor, das loucuras que ele faz-nos cometer, e de todos os clichês básicos que eram sempre redigidos nos seus livros preferidos, suas músicas mais ouvidas.. sabemos como era exatamente assim. quando juntos, uma força maior, uma crença maior fazia-me pensar que ao lado daquele estreito e elétrico corpo eu poderia dar jeitos em tudo e todos, e ficar por mais tempo me perdendo nessa grande cidade, naquele grande amor. sempre soubemos de toda intensidade avassaladora que tinham os nossos antigos sentimentos, e estranhei não vê-la dar-me uma abertura se quer aquela noite. mas ela sempre foi assim, cheia de si, cheia de segurança e com sua postura impecável; impecável é o melhor adjetivo para defini-la, sem dúvidas. ela não mentia, não traia, não sabia arrotar, mal falava palavrões, e o que sempre mais me irritou, não demonstrava ciúmes. justo para mim, o ser humano mais inseguro e carente da crosta terrestre. os nossos novos momentos juntos foram engraçados, e acredito ter me instigado sua nova maneira de se portar e o seu mais novo hábito de falar tudo que vinha à mente. ela sempre soube me assustar, fazer meus desejos falarem mais alto, fazer-me ser quem eu realmente sou. e eu.. eu nunca soube ao certo o que eu pude causar nela. sei que dessa vez, eu consegui vê-la mais de perto, de uma forma mais real, menos perfeitamente impecável como ela sempre parecia-me. engraçado, nossa longa conversa sobre os acidentes desastrosos do novo milênio, sobre o novo presidente, sobre assuntos aleatórios que sempre acabavam nos trazendo alguma lembrança do assunto mais mal resolvido da minha, e dela também, história. acabávamos sempre em nós, e ela sempre desviava o olhar após me dar alguma alfinetada e algum risinho sarcástico. goles, porres, e alguma coisa em mim, mesmo sem querer, fazia-me tentar agradá-la a todo o instante.. acredito que era o desejo de recuperar o tempo perdido, o contato perdido, as palavras perdidas e nosso tempo deixado de lado. o sono vinha chegando, não consegui resistir o seu colo sempre quente e macio, lhe fiz dois pedidos. sempre com receio, ela realizou apenas um. no momento em que senti seus dedos brincando pelos meus fios senti um conforto pelo corpo inteiro, o sono ia tomando-me conta, mas eu não desejava dormir. não queria deixá-la sozinha na escuridão mais uma vez, mas como sempre, ela disse-me para dormir.. deixar descansar mais uma vez os nossos peculiares momentos e recordações.. eu sabia que se eu dormisse, ela iria embora logo em seguida e perderíamos mais anos ou séculos de contato, e como me fazia falta ter aquele con-tato dela. mais algo dizia-me que seria tão mais seguro dormir ao invés de mirar, de novo, tão de perto aqueles olhos curiosamente puros. adormeci com aquele tato, toque sob meus cabelos, e nem a vi partir. até hoje me amarga esse gosto que permanece aqui, por todas as vezes que deixei-a escapar tão facilmente, tão despreocupadamente.. entre os dedos, por tantas vezes. me amarga eu ser o culpado por todas as não realizações dos nossos sonhos, da nossa promessa. me amarga por saber que nunca irei conhecer outro alguém assim, me amarga não conseguir deixar claro a ela que a nossa história marcou-me muito além do que os olhos delas, e dos outros, podem ver sob meu corpo, sob minha pele.
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faz tanto tempo...
essa noite uma carência surreal tomou conta dos meus sentidos- faltava-me teu paladar, teu cheiro, tua voz, teu toque. entrei em meu quarto e o calor dos nossos corpos permanecia entre os teus cheiros nos meus lençóis, tuas palavras nos meus ouvidos, teus toques no meus contornos. primeira vez que eu realmente paro e dou-me conta da falta de ti em mim. faltou-me por alguns segundos minha mania racional, ao extremo, de sempre ocupar meus espaços, meus tempos livres, assim, evitando ao máximo o reconhecimento de toda saudade que só tu me fazes sentir. meu controle fugiu e eu pude perceber - como tu sempre fizeste eu perceber - o quão é fácil para ti arrancar-me um sorriso, uma gargalhada deliciosamente sincera, como a ti sempre foi simples fazer-me menos dura. essa noite eu durmo com a saudade ao lado, talvez tentando encontrar em um vazio e desumano abraço no segundo travesseiro um pouco de ti.

linha

andei pensando em muitas coisas para te dizer, muitas formas de te falar sobre todos esses sentimentos que explodem em mim e até demonstrá-los para ti... mas de um jeito que não seja apenas usando palavras, artimanhas, e todos os clichês que normalmente se usa. principalmente ao te falar sobre qualquer sentimento que se mantém vivo - até mesmo contra minha vontade - dentro de um lugar que nem mesmo meu maior desejo, maior força ou tempo conseguiu tirar. queria conseguir mostrar o que eu sinto como, muitas vezes, tu fazes... diriges algumas palavras, na maioria das vezes, nem termina as frases e me olha do jeito que sempre olhou e isso consegue me fazer entender qualquer tentativa de demonstração ou de fugas das palavras da tua boca. não sei bem ao certo o que tem dentro de mim ou em ti, no teu jeito e sorriso, que me prende tanto a essa história, a essas memórias e sentimentos.queria descobrir o que faz com que eu me sinta voltando ao tempo quando me encontro ao teu lado. não sei, também, como te descrever a forma quando, às vezes, sem perceber eu fico perto de ti 'não te vendo', 'não te ouvindo' só sentindo essa overdose de-mistura-de-sentimentos que borbulha dentro de mim. mesmo cheia de dedos, cuidados e tentando ir com calma total quando eu estou ao teu lado eu me sinto como se eu estivesse caindo em um abismo totalmente sem controle e sem medo - não me importa amanhã ou qualquer julgamento alheio. apenas me importa aquele momento e toda intensidade dos sentimentos que só tu provocas em mim. achei que nunca mais nossos caminhos e vidas fossem se cruzar, e cá estamos, dividindo histórias, experiências e vida de novo. de um jeito diferente, mais coerente e menos infantil - ao menos o meu coração espera. mesmo que eu tente agir como se tivesse vivido anos luz, quando eu vejo meu reflexo dentro da mancha verde do teu olho e o brilho que o teu olhar tem, eu volto mil anos luz no tempo e fico com aquela alegria pura como uma criança sensível. eu fico sem saber o que dizer, fazer, a voz pára e congela no ar... e só o contorno dos teus ombro e o modo como eu consigo me encaixar neles me paralisa e me dá a sensação de que eu poderia ficar ali por mil séculos... assim, sentindo o teu calor, o teu cheiro, te sentindo. e é assim quando eu te abraço: sensação de proteção e uma ligação inalteráveis que tomam total conta de mim - uma paz e calmaria indestrutíveis. palavras congelam, o tempo pára e parece que todo o universo gira a favor para que nossos momentos sejam perfeitamente inacreditáveis. melhor ainda é quando eu consigo deitar e escutar os batimentos dentro do teu peito sincronizados com os meus... e o meu coração acelera sempre que eu te vejo, fica ali batendo, misturando, bombeando todas essas sensações que correm nas minhas veias por todo o corpo e que me mantém viva. eu sei que tu és parte da minha história, mas eu sinto mais ainda que tu és parte de mim. uma parte que soma cor e alegria aos meus dias, pensamentos bons à minha mente, lembranças que dão frio na barriga e me deixam com um sorriso tolo por todo o lugar aonde ando. enche meus dias com tuas brincadeiras, com teu carinho, com tudo o que eu mais gosto em ti e no mundo. sabes que eras e és muito mais que uma linha no meu livro, e se fosse uma linha apenas és e fostes única. mas dessa vez eu quero apagar a linha, todas as outras linhas que existiram e poder te escrever numa folha totalmente branca e nova, numa folha reciclada aonde permanecem as boas intenções e lembranças, e aonde pode ser escrita muito mais que uma linha uma história nova, a que nós quisermos.