quarta-feira, 24 de junho de 2009

eu, meu coração torto e minhas teorias falidas.

o homem crê em diversos deuses, em muitos seres sobrenaturais, em santos, em rezas, energias, na fé, no amor, no apocalipse, em gnomos, na bomba atômica, em Gahndi, no Osama..até no Bush. é uma linha linear essa crença toda em algo maior, alguém maior - mais poderoso, bondoso , menos humano e mais forte. como todos os seres humanos, eu acredito que qualquer outro ser místico seja muito maior e mais forte do que a minha medíocre significância. talvez, como todo o resto do mundo, eu precise me apegar em coisas inexistentes e surreais para tentar acreditar- o pouco que seja - que amanhã as coisas estarão melhor. mesmo que o amanhã nunca venha e não exista. o passado a gente conta, o hoje a gente vive, e o amanhã... quem sabe o que se faz com o amanhã? nunca vem, ninguém nunca o viu ou o viveu. mas ele está constantemente presente nos nossos planos, nos nossos desejos e começos. 'amanhã eu começo a dieta, amanhã eu aprendo a amar alguém, amanhã eu conserto a goteira da cozinha, amanhã eu recomeço a minha vida'- é SEMPRE amanhã e o amanhã é NUNCA. amanhã é meio Deus... afinal, sempre falamos nele como algo constantemente presente - que será um alívio para as nossas almas, onde iremos recompensar todos nossos pecados - mas ninguém nunca provou sua existência. talvez seja tão irônico acreditar em Deus quanto planejar o amanhã, talvez seja só mais uma forma de provarmos o quanto somos frágeis e descrentes da nossa própria força - totalmente desapegados e insensíveis aos nossos sonhos e planos. planejar nunca deu certo pra ninguém, algo sempre dá errado e o maldito plano não sai como esperado - mas isso é completamente óbvio, afinal, como podemos ser capazes de viver e desejar um dia cheio de horas que nunca virão? até gostaria de acreditar que as coisas vão melhorar... mas eu sou incapaz de acreditar que a melhora esteja em algo inexistente como o futuro é. o hoje é infinito, amanhã é nunca e nossa única certeza é o ontem.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

andorinha

é algo além de gratidão com um significado que nem a sorte explica. é a confirmação diária que nesse mundo lotado de almas vagas eu encontrei o tesouro no fim do arco-íris e o real sentido para a realização que é o amor. é a companhia persistente nos momentos mais incompreensíveis, mais insuportáveis e dolorosos. o beijo nos cílios encharcados, a mão dada nos dias frios e nos dias quentes. o sorriso paciente, o olhar cuidadoso, as palavras doces, as demonstrações afetivas... e o amor universal e essencialmente puro. é minha realidade mais doce, minha história mais bonita, minhas lembranças inesquecíveis, um sentimento perpétuo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

'como é estranho ser humano nessa horas..'

durante as minhas últimas dores percebi que sou muito mais bicho do que humana. andei perdendo a minha fé por aí, junto a crença em dias melhores; agindo de uma forma irracional aos olhos dos otimistas e daqueles que me cercam, e constantemente passam a mão em minha cabeça tentando me convencer que as coisas ficarão bem. não adianta, eu permanentemente tento lutar contra o meu instinto de recusar qualquer toque nos períodos em que a dor toma conta total de mim, mas não consigo suportar a idéia de que alguém toque e veja todas minhas feridas abertas. sempre preferi curar meus próprios machucados com a minha própria saliva e nada nem ninguém mais. sempre acreditei que nesse mundo tortuoso e desumano quanto menos dependências eu acumular mais evitarei possíveis sofrimentos. nunca fiz sentido pra ninguém, criei a minha (ir)racionalidade - permanentemente incompreensível aos humanos e seus corações vagos e levianos. nesse mundo ainda não sei quem é humano..como não sei se quero me tornar um.